Alejandro Albeniz
Saímos do prédio do mesmo jeito que entrei: na base da encenação. Catalina estava tão fraca, que mal conseguia firmar os pés no chão. As pernas dela tremiam como se o corpo estivesse há dias sem entender o que era firmeza ou estabilidade. Me partia o coração vê-la assim, com o rosto pálido, o olhar ainda perdido, os lábios rachado pela desidratação, e mesmo assim, havia nela uma força silenciosa. Valério e o outro enfermeiro, a apoiaram como se fôssemos três amigos saindo de uma visita informal. Um de cada lado, eu no meio, ela encostada no meu ombro como se apenas estivesse tonta, como se estivesse zonza pelos efeitos dos medicamentos, ou algo assim.
A adrenalina me fazia suar frio. Era só dar um passo em falso, só um olhar atravessado de alguém mais atento, que tudo poderia ir por água abaixo. Mas ninguém desconfiou. Talvez fosse isso mesmo o mais absurdo: ninguém nunca desconfiava de nada por lá.
Assim que atravessamos os portões e entramos no carro que aluguei co