O sítio sempre teve um jeito de me puxar de volta, mesmo quando não havia motivo aparente. Desde que a vaca doente melhorou, eu poderia muito bem ter encerrado as visitas, mas algo mais forte me fazia pegar a estrada de terra e reaparecer por lá. Raila era a razão, mesmo que eu não dissesse em voz alta.
Cheguei no fim da tarde, quando o sol tingia o céu com tons de laranja e rosa. O som dos galos e o cheiro de grama cortada criavam um cenário que parecia sempre o mesmo, mas nunca cansativo.
— Já era hora de aparecer. — disse Raila, saindo da cozinha com um sorriso de canto. — Achei que tinha esquecido do caminho.
— Esquecer? Difícil com o café que você faz. — respondi, rindo. O jeito como ela revirou os olhos me fez rir ainda mais.
— Entra logo, antes que esfrie.
Subi os degraus da varanda e a segui até a cozinha, onde a mesa estava pronta com bolo de cenoura e café fresco. Raila sempre dizia que era coincidência, mas eu sabia que ela fazia questão de ter algo preparado quando me via