O parque chegou na cidade, e a novidade se espalhou mais rápido que fofoca em dia de feira. Eu estava empolgada, claro. Era o tipo de coisa que não acontecia todo dia naquele canto do interior. Assim que vi os brinquedos gigantes sendo montados na pracinha, corri para o sítio.
— Tia Marta! Vamos ao parque hoje à noite? — perguntei, já cheia de expectativas.
Ela levantou os olhos da costura, ajeitou os óculos na ponta do nariz e soltou um suspiro tão longo que quase me fez desistir.
— Raila, eu não tenho mais idade pra essas coisas. Você acha que vou ficar rodopiando naqueles brinquedos? Minha coluna não aguenta.
— Ah, tia! Nem precisa ir nos brinquedos, vai pela companhia. Vai ser divertido.
— Divertido? Minha diversão é um chá quente e um capítulo da novela. Você pode ir sozinha, querida. Aproveite enquanto tem pique. — E voltou para a costura como quem encerra o assunto.
Fiquei um pouco desapontada, mas a ideia de perder o parque não era uma opção. Então, me arrumei sozinha, coloque