THIAGO
Fechei a porta do meu quarto com mais força do que devia. Mirela ainda tava lá fora, naquela varanda, com aquele vestido fino grudado no corpo e os olhos cheios de coragem.
Ela me provoca. Ela sabe o que faz.
Encostei na porta e respirei fundo.
— Vai dormir, Thiago. — falei pra mim mesmo. Como se fosse fácil.
Meu corpo ainda ardia com o cheiro dela, com as palavras que ela jogou no ar como se fossem balas: “Já cruzamos, Thiago. Só falta um de nós admitir.”
Caralho.
Joguei a camiseta longe, tirei a calça, fiquei só de cueca. Peguei um cigarro, coisa que nem faço mais com frequência, mas hoje… hoje era preciso. A brasa acesa iluminava o quarto escuro. A fumaça ajudava a disfarçar o peso do desejo que me sufocava.
Era errado.
É claro que era.
Mas quando ela me olha daquele jeito… quando ela passa com aquele andar lento, com aquele olhar de canto…
Ela não é mais a menina que eu levava pro parquinho. Ela virou mulher. Uma mulher linda. Perigosa. E pior: interessada.
Fui até a ja