MIRELA
Lucas foi o primeiro a sair do escritório. Passou a mão nos cabelos, ajeitou a camisa, e respirou fundo antes de abrir a porta. Ele voltou pra festa com aquele ar confiante de sempre, como se nada tivesse acontecido, como se não carregasse a lembrança recente da entrega, do toque, do desejo que dividimos ali.
Eu e Thiago ficamos um pouco mais. O silêncio entre nós dizia tudo. Enquanto ele ajeitava as almofadas jogadas no chão, recolocava alguns objetos de volta nas prateleiras, eu vestia minha blusa devagar, tentando colocar em ordem a confusão dentro de mim.
— Você gostou mesmo, pequena? — ele perguntou, sem olhar pra mim, a voz baixa, carregada de algo que eu não sabia definir. — Ou fez isso só pra me agradar?
Terminei de prender o cabelo e encarei ele pelo reflexo do espelho do bar.
— Eu adorei. Foi ótimo, Thiago. — respondi sincera. E foi mesmo. Intenso, inesperado... inegavelmente inesquecível.
Ele parou, me olhou de verdade e sorriu, aquele sorriso de quem tenta entender