MIRELA
Chega uma hora que a gente cansa. Cansa de ser empurrada pra um lado e pro outro, como se fosse um objeto. Cansa de ser propriedade. De ser posse. De ser só desejo e disputa. Eu tava ali no meio daquele fogo cruzado: Thiago querendo me ter de novo, do jeito mais torto possível, e o Lucas querendo me salvar… mas também querendo me prender.
Eles não me amam. Eles querem me ganhar. Como um prêmio. Como um troféu.
Por isso decidi fazer o que devia ter feito desde o começo: voltar pra casa. Pra minha casa. A mansão que os meus pais deixaram pra mim. Um lugar enorme, cheio de lembranças, mas que agora precisava virar meu refúgio. Meu esconderijo. Minha fortaleza.
Voltar pro Rio foi quase um alívio e um inferno ao mesmo tempo. Porque eu sabia que Rodrigo ainda tava por aí. Sabia que voltar era como pintar um alvo nas minhas costas. Mas não importava. Eu preferia encarar o Rodrigo do que continuar sendo arrastada pela briga idiota dos dois.
Só que, claro, nada ia ser fácil pra mim.
No