THIAGO
Não acredito que deixei aquilo acontecer.
Onde eu tava com a cabeça, caralho?
A Mirela viu tudo. Tudo. E eu ali, em pé no sofá como um animal no cio, deixando duas mulheres me chupar na sala da minha casa, como se não tivesse uma adolescente dormindo no quarto ao lado. Que porra eu tava fazendo?
A culpa bateu como um soco no estômago. Um desespero tomou conta de mim e eu nem pensei, só saí pegando a primeira calça que vi jogada no chão — nem era minha — e uma camiseta suada. Nem me dei o trabalho de procurar sapato, carteira, celular, porra nenhuma. Só fui.
Ela já tinha saído, claro. Já tinha descido de elevador.
Corri pelas escadas feito um louco, tropeçando nos degraus, e como eu tava bêbado, meu corpo não obedecia. Acabei escorregando e rolei por uns três ou quatro degraus, batendo o ombro com força na parede. Xinguei alto, mas não parei. Me levantei no susto e continuei descendo, mancando, coração disparado.
Quando cheguei na portaria, o segurança já tava com cara de “que