POV Gael Mendes
Eu ainda podia sentir o gosto dela na minha boca. O toque macio de seus lábios, a pele quente, o cheiro doce que impregnava o ar ao redor dela... Tudo ainda estava vívido na minha mente, latejando feito uma maldição que eu mesmo invoquei. Maldita hora que deixei meus impulsos falarem mais alto. Eu, Gael Mendes, homem controlado, racional, mergulhado em compromissos e obrigações, perdi completamente a linha por causa daquela garota. Não era só errada a diferença de idade, era imoral o modo como ela mexia com meu corpo, me deixando vulnerável como um adolescente. Bianca estava na minha casa, sentada no sofá da sala, rindo de algo que as crianças disseram enquanto eu estava ali... em silêncio... com a cabeça a mil Era a terceira vez na semana que ela passava a noite aqui. Não era nada sério, eu precisava que fosse casual. Precisa me agarrar a alguma normalidade, a qualquer coisa que me fizesse esquecer os olhos castanhos da babá. Mas esquecer era impossível. Enquanto Bianca ajudava Laura a se preparar para dormir, eu me refugiei no escritório, fechei a porta e sentei-me à beira do sofá, as mãos enterradas no rosto, tentando limpar a imagem dela debaixo de mim, arqueando-se contra o balcão da cozinha, ofegante... submissa ao toque que eu não tive forças para evitar. Eu precisava parar. Precisava. Foi quando ouvi. Baixo, quase um sussurro arrastado pelo corredor... Lívia. A porta do quarto dela estava entreaberta. Eu não deveria me aproximar. Eu sabia disso. Mas fiz. Como um maldito viciado, aproximei-me, encostando-me à parede, e ali fiquei... ouvindo os gemidos abafados que ela soltava em meio ao sono. Eu soube de imediato. Ela sonhava comigo. O som me atingiu em cheio, feroz, arrastando todo o autocontrole que eu acreditava ter. Minha cueca ficou insuportavelmente apertada. Senti o membro pulsar forte, latejante, dolorido. Corri para o banheiro. Me tranquei ali como um covarde. A água fria na pia não adiantou nada. Eu já estava longe demais para voltar. Desabotoei a calça, deixando a ereção escapar. Meus dedos envolveram o membro duro enquanto minha mente criava imagens sujas da garota que eu deveria proteger, que confiava em mim, que era praticamente parte da minha família agora. Eu me odiei por isso. Mas mesmo assim... deixei-me ir. O prazer veio rápido, intenso, descontrolado, explodindo em minha mão como uma libertação urgente. Quando terminei, lavei o rosto, respirei fundo e tentei encarar meu reflexo. Gael Mendes... que merda você está fazendo? Bianca saiu logo depois, deixando um beijo leve em meus lábios, sem saber que eu estava quebrado por dentro, dividido entre o homem racional e o animal que havia despertado em mim por culpa daquela garota. Horas depois, já madrugada, escuto risadas no portão. Me aproximo discretamente. Lívia voltava com Daniel e mais alguns colegas dele. A garota mal conseguia andar direito. Estava bêbada. Muito. O sangue subiu à minha cabeça em um ímpeto de raiva. O que diabos ela pensa que está fazendo? Isso é vida pra uma garota como ela? Quis gritar, arrastá-la pra dentro e lhe dar uma bronca digna... mas me contive. Não era minha função. Não era meu papel. Ela entrou cambaleando, rindo sozinha, ignorando minha presença. Tirou os sapatos no hall e seguiu direto para a área da piscina. Curioso, espiei pela porta de vidro e quase tive um infarto. Lívia... tirou cada peça de roupa... ali, sem pudor, sem noção do que fazia... ficou completamente nua e mergulhou na piscina. A visão foi como um soco na minha virilha. Ela nadava rindo, jogando água para o alto, os cabelos grudados no rosto molhado, os seios firmes expostos sob a luz da lua. Eu queria olhar para outro lado... mas não consegui. Quando Bianca finalmente foi embora, despedi-me rápido, impaciente, e corri até a área da piscina. Ela estava lá, deitada na borda, com os olhos semiabertos, balbuciando canções sem sentido. — O que pensa que está fazendo, Lívia? — grunhi, minha voz mais rouca do que eu queria. Ela ergueu o olhar, confusa, e sorriu de um jeito provocante. — Ah... é o senhor Gael... Veio ver o show? — Você está fora de si... vista-se agora! Ela riu, sem pressa, sem vergonha. — Não... eu tô bem... tô livre... nunca me senti tão viva... Quer entrar comigo? Cada palavra dela era uma provocação. Eu lutei contra mim mesmo. Ela era uma menina. Eu era o chefe dela. Ela era inocente. Eu era um homem quebrado. Mas meu corpo não queria saber de razão. — Saia da piscina, Lívia. Agora. Antes que eu perca o controle de vez — rosnei, a mandíbula cerrada. Ela percebeu. Os olhos dela ficaram escuros, desafiadores. — E se eu quiser que o senhor perca? Não consegui responder. Apenas virei as costas e entrei. Naquela noite, dormi mal... ou melhor, não dormi. Sabia que estava no limite. E ela também. Ela sabia exatamente o efeito que causava em mim. E aquilo estava se tornando perigoso demais. Para nós dois. até o próximo 🔥