(Visão de Rafael)
Estava no hotel, sentado na escrivaninha, quase destruindo o celular entre os dedos enquanto ouvia o relatório de Ruan. Cada palavra parecia cutucar minha paciência, meu estômago, minha raiva.
— Isso aqui… — resmunguei baixinho, passando a mão no rosto. — Tá cheirando a armação…
Ruan do outro lado da chamada de vídeo assentiu devagar, cruzando os braços.
— Eu sei. Também não engoli esse negócio do desaparecimento do seu tio. O cara some justo agora? Mas os meus homens e do seu primo estão atrás dele..
Antes que eu pudesse responder, meu celular vibrou na mesa. Na tela, apareceu a chamada com o nome do policial que estava cuidando do caso daqui.
Merda.
— Ruan, depois a gente continua. — cortei. — Estão me ligando de novo.
Ele levantou uma sobrancelha.
— Está tudo bem? Acha que consegue sair?
— Espero, vou desligar.— encerrei a ligação e peguei o celular. — Alô?
A voz firme e impaciente veio do outro lado.
— Senhor Rafael, precisamos que o senhor venha até a delegacia