Entrei no quarto devagar, tentando não fazer barulho, mas assim que a porta se fechou atrás de mim, os olhos do meu pai se voltaram na minha direção. Ele estava pálido, com aqueles fios de monitor grudados no peito, o soro no braço… mas ainda assim, ele sorriu. Um sorriso fraco, mas que me fez respirar um pouco melhor.
— Até que enfim, minha menina apareceu… — ele disse, a voz rouca, mas ainda com aquele tom debochado de sempre.
— Não fala assim, pai… eu me assustei tanto — falei, caminhando até o lado dele, puxando a cadeira. — Achei que ia te perder…
Ele balançou a cabeça devagar.
— Quem vai me tirar dessa vida sou eu mesmo, não se preocupa.
Guilherme estava ali do outro lado, de pé, checando os batimentos no monitor. Ele olhou para mim e sorriu.
— Vou deixar vocês conversarem.
— Obrigada. - O agradeci observando enquanto ele saia do quarto.
Me aproximei mais da cama e segurei a mão do meu pai. Olhei pra ele por um momento e suspirei, sentindo a garganta embargar de novo.
— Você n