(Alessandro)
Eu fechei a porta de casa com um estalo seco e encostei as costas ali por um instante. Aquele silêncio me envolveu e, pela primeira vez em dias, senti o peso do meu corpo cobrar o preço.
Tinha passado horas no hospital, depois mais horas com o Gabriel até ele finalmente adormecer. Ele estava bem, mas... meu Deus, como eu estava exausto.
Não era só físico, era tudo. A mente, os sentimentos, a maldita impotência que me corroía por dentro.
Subi as escadas sem acender as luzes. Eu conhecia aquele lugar de olhos fechados e, no fundo, acho que precisava da penumbra pra não encarar a bagunça que eu estava.
Entrei no banheiro, tirei a roupa devagar, os músculos tensionados reclamando em cada movimento. O curativo colado à lateral do meu abdômen estava ali, molhado de leve suor. Minha pele ainda sensível, o corpo... esvaziado, literalmente.
Liguei o chuveiro no quente e quando a água caiu sobre mim, fechei os olhos. Queria que ela levasse tudo embora o sangue, a dor, os pensamento