(Alessandro)
A clínica estava silenciosa e o corredor cheirava a desinfetante e tranquilidade forçada. Mas nada ali me acalmava.
Meus passos eram firmes, mesmo com a dor leve pulsando onde antes havia um órgão a menos. Mas era engraçado... depois de tudo que vivi nos últimos dias, aquela dor física era a menor das minhas preocupações.
Abri a porta do quarto devagar.
Cauã estava lá, sentado em frente à TV, os olhos pregados na tela como se aquilo distraísse sua mente por um segundo sequer. Quando me viu, um sorriso leve surgiu nos lábios dele.
— Oi. — disse baixo, meio arrastado.
— E aí, cara — tentei sorrir também, me aproximando. — Como você tá?
— Bem. — respondeu, e apesar da voz ainda lenta, já dava pra ver que a fisioterapia estava funcionando. Os movimentos estavam mais firmes, mais controlados.
Me sentei ao lado da cama dele, suspirando.
— Preciso te contar uma coisa. — falei, sério.
Ele me olhou, atento.
— A Larissa foi sequestrada.
O sorriso dele morreu na hora e os olhos arre