(Alice)
Assim que entrei na cobertura, respirei fundo, tentando afastar a tensão que se acumulava no meu peito. O silêncio dali era diferente do do carro, mas não menos pesado. Olhei para Diogo e vi aquele brilho em seus olhos, o jeito de me observar como se eu fosse a única coisa que importava e soube que não havia arrependimento em mim.
Eu não me arrependia de ter feito as pazes com ele. Só queria entender tudo e precisava acreditar, de uma vez por todas, que ele não tinha culpa de nada. Porque, até agora, eu tinha deixado o coração falar mais alto.
— Você quer comer alguma coisa? — ele perguntou, quebrando o silêncio.
Assenti, soltando um suspiro.
— Quero, sim... preciso, na verdade. Só comi uma maçã à tarde.
Ele fez um leve aceno de cabeça e pegou o celular. Deduzi que estava pedindo alguma comida. Quando terminou, guardou o aparelho no bolso e me encarou novamente.
— Espera aqui um pouco, e vou buscar umas coisas.
Assenti sem questionar, me ajeitando no sofá. Ele desapareceu pe