Posso sentir o vento úmido contra meu rosto, e um sorriso se forma sem que eu consiga evitar.
A primavera começa na próxima semana. Mas, o calor do sol já aquece um pouco as montanhas geladas à minha volta.
— Tatá! Me empurra no balanço?
Eu encaro minha pequena menina. O longo inverno que ficou para trás me aproximou ainda mais de Alice. Meus dias ao seu lado eram sempre repletos de carinho e atenção. Eu mal podia acreditar no quanto era sortuda. Tinha o amor inocente daquela criança, e o sentimento não tão inocente do pai dela.
Levi me amava. Ele ainda não disse, mas eu sabia. Eu via nos seus olhos, quando ele sorria para mim. Eu entendia em cada gesto que ele fazia, quando trazia uma flor ou um doce, ou quando segurava minha mão nos dias difíceis em que lembranças cruéis me tomavam.
E, de alguma forma, eu preferia os gestos dele do que palavras. Francamente, não me importava com sua falta de expressão vocal, quando tudo nele demonstra seu amor e carinho.
— Vamos! — exclamei para Ali