As palavras saíram em um sussurro, quase inaudíveis sobre o zumbido suave do forno. Jéssica então, com a voz embargada pela emoção, começou a narrar os detalhes daquela noite. Falou sobre a surpresa de vê-lo, a faísca instantânea que ainda existia entre eles apesar do tempo e da dor. Descreveu a intensidade dos beijos, a sensação de familiaridade em seus braços, a maneira como os anos pareciam desaparecer, deixando apenas a paixão ardente que os unia. Compartilhou a confusão e a vulnerabilidade que sentiu ao se render a ele novamente, a esperança tola de que talvez, desta vez, as coisas pudessem ser diferentes.

_Foi... foi como se nunca tivéssemos nos separado, Ana, ela confessou, a voz quase um lamento.

_ E depois..., ele de novo, não me deu nenhuma explicação. Eu o expulsei, jurei para mim mesma que ele seria passado, que eu seguiria em frente. Lágrimas começaram a rolar pelo rosto de Jéssica, misturando-se à farinha que ainda sujava suas bochechas.

E foi aí que a coisa piorou,