Capítulo 4
Murilo viu o caos espalhado pela sala e imediatamente mudou de expressão. Seu olhar ficou sombrio, e ele gritou com raiva:

— Lorena, o que você está fazendo? Você perdeu a cabeça? Essas coisas eram nossas lembranças, prometemos guardá-las para sempre! Por que você destruiu tudo?

Lorena abaixou o olhar, e sua voz saiu baixa e trêmula:

— Quando um relacionamento se deteriora, essas coisas só trazem mais tristeza. É melhor destruí-las.

Enquanto falava, sua voz falhou, e ela completou:

— Vamos nos divorciar.

— Lorena, quantas vezes você falou em divórcio nos últimos dois dias? Eu voltei correndo para casa por causa da sua mensagem, e você continua com esse drama! Já disse que com a Agatha é só diversão! Por que você é tão ciumenta e não consegue aceitá-la?

Lorena balançou a cabeça e respondeu com frieza:

— É ela quem não consegue me aceitar.

O rosto de Murilo ficou ainda mais fechado. Ele segurou Lorena pelo braço e a puxou do chão com força, sua voz carregada de gelo:

— Além do mais, sua família já se foi. Sem mim, o que você acha que pode fazer?

As palavras de Murilo cortaram Lorena como facas afiadas, repetidamente ferindo seu coração.

Depois que os pais de Lorena morreram em um acidente, seus parentes se transformaram em verdadeiros predadores, prontos para devorá-la. Foi Murilo quem a protegeu na época, impedindo que fosse destruída por aqueles que deveriam cuidar dela.

Desde então, Lorena o considerava sua única família, como uma tábua de salvação em um mar revolto. Mas agora, ela estava morta. Aquela ameaça não tinha mais poder sobre ela.

Mesmo assim, Lorena nunca imaginou que ele diria algo tão cruel. Era como dizem: "As pessoas que mais amamos sabem exatamente como nos machucar."

— Por quê...? — As lágrimas de Lorena começaram a cair, sem controle.

Murilo ficou surpreso por um momento. Ele percebeu que havia ido longe demais. Rapidamente, ele a puxou para um abraço, tentando acalmá-la:

— Lorena, me desculpe. Não deveria ter dito aquilo.

Lorena o empurrou para longe, e seu olhar estava cheio de uma tristeza tão profunda que parecia transbordar:

— Por que você parou de me amar?

Murilo a abraçou novamente, beijando as lágrimas que escorriam por seu rosto:

— Do que você está falando? É claro que eu te amo!

— Então vamos nos divorciar.

A voz baixa e frágil de Lorena era como uma faca que perfurava Murilo. Ele perdeu completamente o controle. Empurrou-a contra a parede e gritou:

— Lorena, por que você insiste tanto nesse divórcio?

— Porque eu estou morta. Meu único desejo antes de partir é me divorciar de você. Não quero mais ter nenhum vínculo com você. Naquela noite, depois que você foi embora, eu fui arrastada para um beco por criminosos...

Lorena contou tudo o que aconteceu naquela noite. Mas quando mencionou que havia recebido permissão para voltar por sete dias, Murilo explodiu novamente:

— Lorena, você tem vinte e sete anos, não é mais uma criança! E eu não sou idiota. Pare de inventar essas histórias absurdas! Se você realmente não suporta a Agatha, então vá passar um tempo no exterior.

Depois de dizer isso, ele se virou e começou a sair.

— Então, você prefere me mandar para outro país a terminar com ela? — Lorena perguntou.

Murilo hesitou por um momento. Sem se virar, respondeu friamente:

— Pense o que quiser. Quando eu me cansar dela, voltarei para casa.

Lorena desabou no chão, balançando a cabeça em descrença. "Eu não posso esperar por aquele dia", ela pensou.

Depois disso, Lorena e Murilo entraram em uma guerra fria. Lorena estava cada vez mais ansiosa — restavam apenas cinco dias para ela.

Ela enviou outra mensagem para Murilo, e ele demorou muito para responder:

[Não vou voltar para casa nos próximos dias. Você precisa se acalmar. Quando estiver mais tranquila, conversamos.]

Lorena leu aquelas palavras frias e quase perdeu o controle. Suas mãos tremiam enquanto segurava o celular. Respirando fundo, ela tentou se recompor.

Sem pensar duas vezes, Lorena pegou o carro e dirigiu até o Grupo Azevedo. Mas, ao chegar ao prédio, foi barrada na entrada.

— Quero falar com Murilo! — Disse Lorena firmemente.

A recepcionista, uma jovem bonita que parecia nova no trabalho, respondeu com educação:

— Sinto muito, senhorita. No momento, o Sr. Murilo está em horário de descanso e não pode receber visitas. Se desejar, posso agendar um horário para você.

— Eu sou a esposa dele.

A recepcionista pareceu surpresa, mas logo balançou a cabeça e disse:

— A Srta. Agatha deixou ordens claras: ninguém pode incomodá-los, nem mesmo você.

Lorena soltou uma risada amarga. Fazia tempo que ela não ia à empresa, e agora tudo parecia ter mudado.

— Srta. Lorena! — Agatha apareceu naquele momento. Vestia um vestido vibrante em cores vivas, que realçava sua juventude e beleza. Em sua mão, segurava uma bolsa da última coleção de luxo.
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