Capítulo 5
— Onde está o Murilo? — Perguntou Lorena, tentando conter a fúria que queimava em seu peito.

Agatha soltou uma risada irônica, cruzando os braços com desdém:

— Lorena, você não é a esposa dele? Como pode não saber onde está o seu próprio marido? Ou será que ele simplesmente não quer falar com você?

Embora o tom de voz de Agatha não fosse alto, suas palavras cheias de provocação atraíram a atenção de várias pessoas ao redor. Muitos funcionários antigos reconheceram Lorena imediatamente e ficaram em silêncio, com expressões variadas.

Até aquele momento, Murilo sempre fora considerado um exemplo perfeito de fidelidade. Ele era visto como um marido dedicado, uma referência de amor verdadeiro. Mas agora, o que eles viam era uma amante desafiando descaradamente a esposa legítima.

Alguns, que sabiam que Agatha fora uma estudante pobre patrocinada por Lorena, lançaram olhares ainda mais constrangidos.

— Lorena, se você realmente não sabe o que Murilo está fazendo agora, eu conto para você. Ele está descansando. Eu estava com ele, mas uma amiga me chamou para fazer compras, então desci. — Disse Agatha, com um sorriso leve.

Enquanto falava, Agatha levou a mão ao colar que usava no pescoço, como quem não quer nada. Lorena imediatamente notou as marcas de beijo que apareciam discretamente na pele dela.

— Lorena, se você não tem mais nada para dizer, é melhor ir embora. Murilo não quer te ver agora. Quando ele quiser, prometo que aviso você. — Disse Agatha, com uma expressão de falsa bondade.

Os olhares das pessoas ao redor eram como agulhas perfurando Lorena. A raiva que ela tentava reprimir explodiu de uma vez. Sem pensar duas vezes, ela deu um tapa forte no rosto de Agatha!

Por um momento, o silêncio tomou conta do ambiente. Em seguida, ouviu-se um burburinho de espanto.

Agatha ficou completamente atordoada. Sua cabeça virou para o lado, e ela ficou olhando para o chão, sem reação. Quando finalmente voltou a si, seus olhos captaram um movimento ao longe. Como se tivesse planejado tudo, ela se jogou no chão e começou a chorar alto:

— Lorena, a culpa é toda minha! Por favor, pare de descontar sua raiva no Murilo!

Lorena ficou perplexa com a reação teatral de Agatha. Ela estava prestes a falar algo, mas, antes que pudesse abrir a boca, uma figura alta empurrou a multidão e surgiu diante delas.

— Agatha!

Era Murilo.

— Murilo, eu... — Lorena tentou explicar.

Mas Murilo a interrompeu, empurrando-a com força:

— Lorena, será que você pode parar com esse show? Esta é a empresa! Você não se cansa de causar confusão em casa e agora quer expor nossos problemas para o mundo inteiro?

Lorena tropeçou e caiu no chão. Um gemido de dor escapou de seus lábios, enquanto seu rosto ficava ainda mais pálido.

Murilo, no entanto, não olhou para ela nem por um segundo. Ele foi direto até Agatha, ajoelhou-se ao lado dela e segurou seu rosto com ternura:

— Está doendo?

Agatha, com lágrimas escorrendo pelo rosto, respondeu com a voz trêmula:

— Sim...

Murilo soprou suavemente o local onde ela havia sido atingida, com uma delicadeza que parecia impossível para ele. Sua voz era tão suave que parecia pertencer a outra pessoa:

— Eu te avisei para ficar longe dela.

Agatha se aninhou nos braços dele, sacudindo a cabeça:

— Não culpe a Lorena, Murilo. A culpa foi minha. Eu devo ter feito algo para irritá-la.

Murilo a segurou nos braços e, ao se levantar, lançou um olhar severo para os funcionários ao redor:

— O que vocês estão fazendo parados? Voltem ao trabalho!

As pessoas começaram a se dispersar rapidamente, murmurando entre si.

Murilo então olhou para Lorena, que ainda estava sentada no chão. Seus olhos estavam cheios de uma frieza cortante, algo que Lorena nunca tinha visto antes.

Ela sustentou o olhar dele, sentindo como se estivesse congelando por dentro. O homem que costumava ser tão gentil e amoroso agora parecia irreconhecível. Para Lorena, toda a ternura que eles compartilharam no passado de repente parecia uma grande piada.

Depois de algum tempo, Murilo caminhou até ela e a puxou do chão com força. Seu toque era firme, sem um traço de compaixão.

— Vamos para o escritório conversar! — Disse ele, com impaciência.

Lorena quase torceu o tornozelo com o movimento brusco. Ela tentou se soltar da mão de Murilo e respondeu:

— Vamos falar aqui mesmo!

Murilo a encarou com frieza. Sua voz era baixa, mas carregada de irritação:

— Lorena, minha paciência tem limites. Você está me decepcionando profundamente. Está agindo como uma louca!

— Louca? — Lorena repetiu, seu corpo tremendo visivelmente. Ela soltou uma risada amarga, que logo se transformou em soluços. — Eu nunca imaginei que um dia ouviria algo assim vindo de você. Está envergonhado? Quando você fez todas aquelas coisas desprezíveis, pensou que isso não teria consequências?

— Chega! — Murilo gritou, sua voz ecoando pelas paredes. — O que você quer para parar com isso?

Lorena tirou um envelope da bolsa e o entregou a ele. Sua voz era firme:

— Quero o divórcio.
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