Lorena não deu mais atenção a Murilo e entrou no carro com seus pais.
O mordomo, ao observar a cena, não conseguiu conter um suspiro:
— Sr. Murilo, vá embora, por favor. Não vale a pena continuar desgastando seu corpo assim.
Murilo, porém, parecia não ouvir nada. Seu corpo tremia incontrolavelmente por causa do frio, e ele murmurava para si mesmo, com a voz embargada:
— Eu me arrependo tanto... Por que tudo teve que acabar assim?
O som do motor do carro o trouxe de volta à realidade de forma brutal. Seus olhos se arregalaram, e ele começou a correr atrás do veículo desesperado:
— Lorena, por favor, não vá!
Mas seu corpo, já debilitado, não suportava mais tanto esforço. Após alguns passos, Murilo caiu no chão, e, logo em seguida, cuspiu um jorro de sangue antes de perder a consciência.
De dentro do carro, Lorena, instintivamente, olhou para trás. Ela viu Murilo caído na neve, seu corpo magro e frágil parecendo ainda mais solitário sob o frio intenso. Mas, no fundo, ela sabia: “Isso não