Eu e Simão Duarte estávamos casados há sete anos, e finalmente iríamos ter nosso primeiro filho.
Quando, cheia de felicidade, levei o resultado do exame de gravidez para ele, Simão franziu a testa e me perguntou:
— Esse filho é de quem?
Fiquei surpresa.
— O filho é seu, claro.
— Nós estamos casados há sete anos e não tivemos filhos. Eu fiquei fora por dois meses e, logo depois, você engravida? Está me enganando?
Ao ouvir essas palavras, meu coração gelou instantaneamente. O bebê já estava na minha barriga há mais de dois meses, e, de acordo com o tempo, não fazia sentido.
A mãe dele, que estava ao lado, debochou:
— Eu sempre disse que você saía muito à noite. Agora entendi... Estava procurando outro homem.
Eu saía à noite com frequência porque estava fazendo horas extras no trabalho.
Eu estava completamente arrasada com o que ouvir, e os dois, mãe e filho, me fizeram chorar.
Por fim, eu disse:
— Se você não acredita em mim, então vamos fazer um teste de paternidade!
Não esperava que Simão aceitasse tão facilmente. Fiquei desapontada com ele, e naquele mesmo dia, após o exame, voltei para a casa dos meus pais.
O resultado do teste de paternidade só ficaria pronto três dias depois.
Simão e eu combinamos de ir ao hospital juntos no dia em que o resultado saísse.
Se o filho fosse dele, ele se ajoelharia e pediria desculpas. Se não fosse, ele pediria o divórcio e eu não teria direito a nenhum bem.
Durante aqueles três dias, Simão não entrou em contato comigo.
Eu estava furiosa e triste ao mesmo tempo. Falei para minha mãe que, assim que o resultado do teste saísse, faria um aborto e me divorciaria dele.
Minha mãe tentou me convencer a dar uma chance a ele.
— Simão te ama muito, você não engravidou durante todo esse tempo, e ele nunca questionou nada. Agora que você está grávida, é natural que ele desconfie. Espera mais um pouco, amanhã o resultado sai, e Simão vai acabar dando um tapa na própria cara.
Aquilo não estava errado. Embora Simão fosse temperamental, ele realmente me amava.
Decidi ouvir minha mãe e lhe dar mais uma chance.
No dia de ver o resultado do teste, acabei dormindo demais.
Estava me preparando para sair, quando o interfone tocou.
Quando abri a porta, Simão estava lá fora.
Eu imaginei que ele tivesse visto o resultado do teste de paternidade e estava vindo até mim para se desculpar.
— Simão, você já viu o resultado do teste de paternidade, eu não...
Antes que eu pudesse terminar a frase, Simão me deu um tapa.
A força foi tanta que me fez perder o equilíbrio. O impacto foi tão forte que a visão escureceu por um momento, e senti o gosto metálico do sangue na boca. Meu ouvido começou a zumbir.
Levantei a cabeça, sem acreditar no que havia acontecido.
— Simão, você enlouqueceu!
Outro tapa.
Fui empurrada para trás, não consegui me sustentar e caí no chão.
Meu corpo bateu na mesa.
Os objetos que estavam sobre ela caíram no chão com estrondo.
O barulho chamou minha mãe, que estava no quarto. Ela saiu correndo, gritando, e rapidamente me ajudou a levantar.
— Simão, que direito você tem de bater nela?
— Ela merece ser espancada. — Simão estava com os olhos vermelhos, e, num gesto furioso, pegou a caixa de lenços de papel que estava sobre a mesa e a lançou em minha direção. — Helena Lima, você me traiu, e eu vou te matar, sua vadia!
Vi a caixa de lenços voando em minha direção, e puxei minha mãe para me afastar.
O que ele estava querendo dizer com aquilo?
Será que o resultado do exame indicava que o filho não era dele?
Eu disse, desesperada:
— Eu nunca te traí com outro homem. Deve haver algum engano.
— Engano? — Simão, furioso, pegou o celular e abriu uma conversa. Ele me jogou o aparelho. — Isso é a prova. Não há engano nenhum.