Até o momento em que Simão foi levado, ele ainda dizia que me amava.
Eu me lembrava dos sete anos que passei com ele e dos socos que ele me deu.
Até hoje, não consigo entender o quanto daquele amor era verdadeiro e o quanto era falso.
Quando soube que Simão iria para a prisão, a mãe dele, que eu não via há muito tempo, apareceu à minha porta.
Assim que nos encontramos, ela começou a me implorar:
— Helena, eu sei que há um mal-entendido entre você e o Simão, e esse mal-entendido aconteceu por minha causa. Peço desculpas, eu não deveria ter usado suas roupas íntimas.
Ela falou e, para minha surpresa, começou a se dar tapas na própria face.
Sua atitude parecia extraordinariamente sincera.
— Você e o Simão estão juntos há tantos anos, não deixe que algo tão pequeno acabe com o casamento de vocês.
Essas palavras me enfureceram.
— Algo pequeno? Simão destruiu as costas da minha mãe, fez com que eu perdesse nosso filho! Você diz que isso é pequeno? O que você acharia se eu