Na manhã de segunda-feira, Luna acordou com o som insistente de notificações. O celular vibrava sem parar sobre o criado-mudo, cada alerta como um soco seco no silêncio do quarto. Mensagens pipocavam como fogos de artifício descompassados, um carnaval sombrio de curiosidade e julgamento.
— O que tá acontecendo? — murmurou, ainda sonolenta, os olhos apertados pela luz que invadia a janela.
Caio já estava acordado. Sentado na beira da cama, com o celular na mão e o semblante tenso, não respondeu de imediato. Estava pálido. Respirava fundo.
— Rafael postou um vídeo. “A verdadeira Luna Almeida” — disse, finalmente, com um tom que a fez gelar.
Ela sentou de súbito.
— O quê?
— Está se espalhando muito rápido. Já tá em todos os lugares.
O vídeo começava com imagens dela mesma. Um quarto mal iluminado. Luna chorando, olhos vermelhos, respiração acelerada. O áudio era cru.
“Olha o que você faz comigo!” — ela gritava, desesperada.
Corte.
Mensagens de voz, em tom de súplica:
“Me responde, pelo a