CAMILA
A noite anterior ainda parecia um sonho.
Eu mal havia conseguido dormir, não pelo desconforto da cama, porque já não estava mais no hotel. Eu havia voltado. Voltei porque o coração bateu mais forte do que a razão, e eu ainda não sabia o que fazer com isso.
Quando finalmente adormeci, foi com a lembrança do beijo de Leonardo queimando suavemente nos meus lábios. Um beijo real, inesperado, intenso… e cheio de algo que eu nunca tinha visto nele antes. Meu coração acelerou só de lembrar.
Minhas mãos foram instintivamente aos lábios, como se eu pudesse confirmar que aquilo realmente aconteceu. O toque suave, depois firme. O suspiro dele. Nossos corpos tão próximos que eu senti, pela primeira vez, que ele estava quebrando o próprio controle.
E, de certa forma, eu também.
A luz atravessava a cortina fina, desenhando faixas douradas no chão de madeira. A cama era macia, envolvente, quase perigosa. Porque parecia oferecer algo que eu nunca tive: segurança. Suspirei fundo, sentando-me na