Inácio Hall
Paralisei ao ouvi-la implorar para que eu parasse. Só então voltei à realidade. O que eu estava fazendo?
Me afastei, levantando da cama. Ela chorava, encolhida, e uma raiva me dominou, mas era raiva de mim mesmo, do que eu quase fui capaz de fazer.
Saí do quarto sem rumo. Eu precisava ir embora dali antes que fizesse algo do qual me arrependeria.
Passei por Diana, mas não parei para me despedir.
— Papai? — ouvi ela me chamando.
Peguei o carro e saí em alta velocidade. Eu realmente precisava ficar longe, pois sinto que, se ficar perto de Amélia, acabarei perdendo o controle.
Rodei pela cidade sem rumo, com o celular no banco do passageiro tocando sem parar. Parei em uma rua suspeita. Eu não esperava ter que recorrer a isso, mas era a única coisa que poderia me acalmar agora.
Um garoto que devia ter uns dezesseis anos se aproximou da janela do meu carro.
— Ah, é, tio, vai uma balinha? — falou com um sorriso.
Eu o observei. Ele ainda era uma criança, mas que provave