Leonhart Moreau
A mesa estava impecável. Velas altas iluminavam a sala com uma luz suave e quente, projetando sombras que dançavam nas paredes de pedra. A porcelana era antiga, herança de família que sobrevivera a gerações de jantares formais — mas naquela noite, não queria formalidade, queria intimidade. Os talheres de prata estavam perfeitamente alinhados, os vinhos no ponto exato, e o aroma do prato principal — risoto trufado com filé ao ponto — preenchia o ambiente como um convite.
Eu andava de um lado para o outro, ajeitando detalhes que já estavam perfeitos. Era um hábito que não conseguia abandonar: a busca pela ordem, pelo controle. Mas, no fundo, era nervosismo. Nunca me importei com flores, mas passei horas escolhendo as cores para o centro de mesa. Optei por tons sutis: lírios brancos, rosas em um tom creme suave e ramos de eucalipto. Nada extravagante, mas tudo harmonizado.
Queria que ela se sentisse especial.
Queria que nossa primeira noite fosse memorável, mas sem pressõ