Leonhart Moreau
A cozinha da casa de campo estava uma bagunça - e não por culpa da equipe de apoio, mas minha. Mandei todos embora. Queria fazer eu mesmo. Eu precisava que essa noite fosse mais do que um gesto simbólico. Queria que Elena soubesse que eu a respeitava, que a via, e que, de alguma forma, eu estava disposto a construir algo verdadeiro com ela.
Ela merecia mais do que um casamento arranjado.
Ela merecia escolha. E eu queria que ela me escolhesse.
Preparei cada detalhe do jantar com calma. Iluminação mais baixa, algumas velas, uma trilha suave tocando ao fundo. Não era nada exagerado. Era íntimo. Quente. Verdadeiro.
Enquanto terminava de ajustar a mesa com talheres e guardanapos, ouvi vozes abafadas vindo do jardim. Parei. Reconheci o timbre de Clóvis... e de Diego.
A princípio, achei que fosse mais uma conversa qualquer - os dois estavam sempre implicando um com o outro, e depois rindo como velhos amigos. Mas quando me aproximei da varanda discretamente, vi algo diferente.