Capítulo 21.

Arthur se levantou primeiro, estendendo a mão para ajudá-la a sair do colchão macio. Rebeca aceitou o gesto, e os dedos deles se tocaram com uma leveza que beirava o afeto — mas era apenas cansaço compartilhado. Nenhum dos dois sabia exatamente onde aquele gesto os colocava. Apenas sabiam que estavam exaustos demais para continuar se odiando por uma escolha que não foi deles.

— Que tipo de flores você acha que vão colocar no jardim pra essa sessão? — ele perguntou, tentando trazer alguma leveza ao momento.

— As mais caras, provavelmente. As mais perfeitas. Daquelas que não têm cheiro, mas combinam bem com a estética. — ela respondeu, com ironia. — Flores mortas com aparência viva.

Arthur riu baixo. Um riso seco, quase ausente.

— Combina com a gente.

Caminharam lado a lado pelo corredor até as escadas.

— A gente precisa de um plano. Um acordo, já que estamos presos nisso. Um jeito de sobreviver sem nos machucar mais do que o necessário. — Ela falou, enquanto desciam os degraus.

— Mais
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