Capítulo 22.
Quando a sessão terminou, Rebeca se afastou primeiro. Caminhou até um dos bancos próximos e respirou fundo.
Arthur aproximou-se devagar e se sentou ao lado dela.
— Você lidou bem. — ele comentou.
— Você também. A gente engana bem.
— O mundo inteiro compra essa mentira.
— Só não os nossos corações. — ela disse, encostando a cabeça em seu ombro por alguns segundos.
O silêncio veio mais uma vez. Mas agora, já não havia desespero nele. Havia rendição. Convivência. Aquela pausa cheia de significado que só quem já perdeu demais entende.
— Lembra quando a gente achava que fingir seria fácil? — ela perguntou, com um sorriso fraco.
— Lembro. A gente achava que era só sorrir nas fotos, segurar a mão na frente dos outros, responder entrevistas com frases prontas.
— Só esquecemos que o corpo sente. Que o coração escapa pelos olhos. — Rebeca murmurou.
Arthur abaixou a cabeça, encarando os próprios pés.
— E mesmo assim, a gente continua, né? Fingindo. Indo em jantares, sorrindo para câmeras, posand