AZRAEL
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Ela chorava.
As lágrimas escorriam pelos olhos de Ayla como rios silenciosos, mas cada gota parecia atravessar o tecido da realidade e me atingir em cheio. Seu corpo ainda tremia sob os lençóis. A respiração acelerada, os olhos marejados... e mesmo assim, ela me olhava como se eu fosse o único capaz de curar a dor que eu mesmo, por destino, ajudei a provocar.
Me aproximei dela, devagar, como segundo fosse um convite silencioso para algo que as palavras não sabiam descrever.
— Ayla…
Sussurrei seu nome como se fosse oração.
— Não chore.
Ela não disse nada. Apenas me olhou. E naquele olhar… havia tudo.
Inclinei-me e a beijei. Um beijo diferente do primeiro. Mais profundo. Mais urgente. As lágrimas dela ainda estavam ali, mas agora se misturavam ao calor que se formava entre nós. Meu corpo sobre o dela, minhas mãos segurando seu rosto, como se eu temesse que, a qualquer momento, ela desaparecesse de novo.
Ela correspondeu.
Oh… como correspondeu.
Seu corpo reagiu ao meu como