CAPÍTULO 110

AYLA

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Desde que comecei a entender o que era estar viva, desde que minha mente começou a decifrar o mundo ao meu redor... algo em mim nunca se encaixou direito. Era como se eu estivesse num lugar errado, como se faltasse algo, ou alguém. E por mais que eu tentasse ignorar essa sensação, ela voltava. Sempre voltava. Como um sussurro constante no fundo da alma, me lembrando de que eu não era como as outras pessoas.

Tudo começou a ficar mais estranho quando entrei na adolescência.

As noites deixaram de ser apenas escuras. Começaram a ser densas. Nos sonhos, eu estava sempre em meio a um breu absoluto, como se estivesse presa dentro de um vazio sem fim, onde não existia chão, nem céu, nem paredes. Apenas a escuridão… e o meu próprio grito ecoando por um nome que eu não conhecia.

AZRAEL...

Esse nome me escapava dos lábios como se fosse uma oração. Um pedido de socorro. Um lamento. Como se eu estivesse à beira da morte e, ao mesmo tempo, renascendo. Eu não fazia ideia do que significava
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