CAPÍTULO 109

Apareci no quarto de Ayla como um sopro de vento. A janela estava entreaberta. A luz da lua acariciava seu rosto que já havia adormecido com a minha demora, e por um instante, me perdi só em vê-la respirar. Mas não havia mais tempo para contemplações. Me ajoelhei ao lado da cama e sussurrei:

— Ayla...

Ela despertou lentamente, piscando os olhos, confusa, até me ver. Então se ergueu, assustada, puxando o lençol até o peito.

— Como você entrou aqui?

Perguntou, a voz tremendo.

— Eu prometi que viria.

— Isso é impossível. Você nem ao menos fez barulho. Isso é...

— Real.

Interrompi, olhando em seus olhos

— Tudo isso é real, Ayla.

— Pare de me chamar assim! Meu nome é Victória!

Suspirei profundamente. Aquilo era o início. O início de tudo.

— Eu te chamo de Ayla porque esse é o seu verdadeiro nome. Não o nome que te deram nesta vida... mas o nome que tua alma sempre carregou. Em cada existência, em cada ciclo, você foi Ayla. E eu… sempre fui Azrael.

Ela se levantou da cama, caminhou até o
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