Apareci no quarto de Ayla como um sopro de vento. A janela estava entreaberta. A luz da lua acariciava seu rosto que já havia adormecido com a minha demora, e por um instante, me perdi só em vê-la respirar. Mas não havia mais tempo para contemplações. Me ajoelhei ao lado da cama e sussurrei:
— Ayla...
Ela despertou lentamente, piscando os olhos, confusa, até me ver. Então se ergueu, assustada, puxando o lençol até o peito.
— Como você entrou aqui?
Perguntou, a voz tremendo.
— Eu prometi que viria.
— Isso é impossível. Você nem ao menos fez barulho. Isso é...
— Real.
Interrompi, olhando em seus olhos
— Tudo isso é real, Ayla.
— Pare de me chamar assim! Meu nome é Victória!
Suspirei profundamente. Aquilo era o início. O início de tudo.
— Eu te chamo de Ayla porque esse é o seu verdadeiro nome. Não o nome que te deram nesta vida... mas o nome que tua alma sempre carregou. Em cada existência, em cada ciclo, você foi Ayla. E eu… sempre fui Azrael.
Ela se levantou da cama, caminhou até o