Ouvir Ayla sussurrar meu nome com os lábios ainda entreabertos depois daquele beijo… foi como se o tempo tivesse parado. Por um instante, tudo o que eu fui, tudo o que sou e tudo o que me tornei se misturou em uma só emoção: ela me reconheceu. Ayla me reconheceu.
— Você se lembrou?
Perguntei, sentindo meu peito apertado, como se eu fosse capaz de sentir o coração de um humano.
Ela me olhou confusa, as lágrimas ainda molhando seu rosto.
— Eu não sei…
Disse com a voz embargada.
— Eu sonho com esse nome. Constantemente. Grito ele como se estivesse presa dentro de mim mesma. E quando você me beijou... foi como se eu estivesse dentro do próprio sonho.
Engoli em seco. A sensação de ouvir aquilo da boca dela era quase insuportável de tão forte. Ela estava mesmo lembrando. Aos poucos.
— Então... é você? O Azrael dos meus sonhos?
— Sim.
Respondi com firmeza.
— Sou eu.
Mas havia tanta coisa que ela ainda não podia entender. Tanta coisa que eu precisava contar com calma.
— Eu vou te contar tu