O jardim ainda guardava o calor do fim da tarde, mas o ar agora estava mais denso, como se algo invisível houvesse passado por ali — e permanecido.
Atrás de uma trepadeira florida, quase imperceptível, Lilibeth se encolhia.
Não era por acaso que estava ali.
Ela vira Kelliny sair do salão do chá com o rosto mais pálido do que o normal, passos calmos demais para uma dama em paz. Havia algo na forma como ela caminhava que alertou Lilibeth.
E onde havia tensão... havia segredos.
Por isso, seguiu-a.
E esperou.
E então, Asher apareceu.
Lilibeth apertou os dedos na lateral da saia.
Ela já suspeitava. Já sentia algo no ar — mas ver os dois juntos a poucos metros de distância, mesmo em uma conversa breve, foi o bastante para acender um alarme dentro dela.
“Ela está bem. Mais forte do que nunca, na verdade.”
A voz de Asher. Firme. Orgulhosa.
Lilibeth fechou os olhos por um instante. Ela conhecia aquela voz. Já a ouvira suavizada em conselhos, dura em batalhas, serena em juras de proteção à irmã