O cheiro de lavanda foi o primeiro a alcançar Melody.
Depois veio o toque dos lençóis limpos sob a pele, o peso gentil de uma colcha bem dobrada, a maciez inesperada do colchão sob o corpo dolorido.
Era estranho. Quase íntimo.
O ambiente tinha aquele tipo de silêncio que não amedrontava. Um silêncio de lugar vivido, organizado. A luz do sol filtrava pelas cortinas claras, cortando o quarto em faixas de calor e sombra. No ar, havia um fundo de cera de madeira — e mais distante, o aroma acolhedor e forte de café passado.
Ela piscou devagar.
Os olhos ainda pesavam.
O ombro latejava com dor surda e constante, irradiando para o lado do pescoço e escorrendo pelo braço engessado.
O teto era de madeira clara, bem conservada. Um lampião apagado estava sobre um dos armarios. À esquerda, uma cômoda com espelho em moldura gasta. Os móveis brilhavam com uma camada recente de cera, e o cheiro — aquele cheiro — era reconfortante demais.
Ela tentou se erguer. O corpo inteiro protestou.
Um gemido esca