Entrar pela porta da frente do hotel sem qualquer tipo de disfarce era algo quase antinatural para Melody. Se fosse sincera consigo mesma — e ela raramente era, pelo menos em voz alta — fazia muito tempo que não passava pela entrada principal de lugar nenhum.
Suas chegadas, nos últimos anos, tinham o hábito de serem silenciosas, discretas, quase clandestinas. Portas de fundos, corredores de serviço, cozinhas fumacentas ou estábulos em silêncio eram sua zona de conforto. A entrada principal era território de outras mulheres, daquelas que podiam ser vistas, olhadas, julgadas... desejadas.
Mas agora, ali estava.
No centro do salão de Belmonte, sob a luz clara de fim de tarde e o som súbito de silêncio, vestida com um vestido improvisado de noiva, segurando o braço de Duncan Sinclair.
Casada.
Assinada.
Nome trocado.
O efeito foi imediato.
Todos os olhares se voltaram como se alguém tivesse atirado uma moeda no chão de madeira encerada.
O burburinho cessou com uma precisão quase crue