— Eu gostaria de tentar, senhora Jenkis.
Ida assentiu com um gesto curto, como quem confirma algo já decidido.
— Então coma. Vai te fazer bem.
Melody pegou a colher com a mão boa, ainda trêmula. O mingau estava morno, com gosto suave de leite fresco, uma pitada de açúcar mascavo e talvez um toque de canela. Era simples. Era bom. Era gentil, de um jeito que ela não sabia mais receber.
Ela havia perdido a noção de civilidade, percebeu quase chocada consigo mesma, os anos na Casa do Sol Nascente lhe pareceram ainda mais injustos.
A cada colherada, o corpo parecia relaxar. O calor se espalhava por dentro como um cobertor. As costas afundaram mais no colchão. A tensão que havia se instalado na mandíbula se dissolveu devagar. Quando a tigela estava pela metade, os olhos começaram a pesar. A mão fraquejou. A última colherada ficou esquecida dentro da tigela.
Ida recolheu a bandeja com cuidado, observando a garota que já adormecia.
O rosto dela, agora suavizado pelo sono, parecia anos mais jo