Quando se permite respirar.

Nos últimos dias, Melody se sentia mais leve. Não no corpo — embora o braço já não doesse e a respiração fluísse sem as faixas apertadas ao redor do peito —, mas na alma. Era estranho, quase desconcertante, acordar e não ter que esconder quem era. Não precisava se apagar ou se curvar. Podia apenas… existir.

E isso, por mais simples que parecesse, era novo demais.

A rotina no rancho ajudava. Havia tarefas, sim, mas também havia pausas. Pausas que não vinham acompanhadas de culpa ou punição. Havia silêncio — mas não o tipo que fere, aquele que se arrasta como uma lâmina fina. Era o silêncio que acolhe, que oferece espaço. O som dos passos no assoalho já não disparava alarmes em sua espinha. E o cheiro do sabão nos lençóis havia se tornado reconfortante, quase íntimo, como se dissesse: “Você está segura. Pode ficar.”

Naquela mesma semana, ela havia encontrado um pacote de sementes no quartinho de depósito. O papel estava amarelado, os desenhos quase apagados, mas as instruções ainda legí
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