Um pouco de esperança

O calor seguia firme, mas o ar parecia menos pesado naquela manhã. Ida, sempre atenta aos humores da terra, comentara que os ventos já começavam a mudar — “fim de verão tem cheiro próprio”, dissera, abanando-se com um prato de lata, o olhar meio perdido no horizonte. Melody não soube identificar o cheiro, mas acreditou. Havia algo diferente, sim. O tipo de mudança que não faz barulho, mas que se instala devagar no corpo, como a brisa que precede a chuva.

Passava parte das manhãs no quintal, regando os vasos improvisados. As sementes que havia plantado em latas, canecas e bacias quebradas finalmente davam sinal de vida. As folhas mal passavam de dois dedos de altura, mas estavam ali, desafiando o sol, a terra dura e o tempo. Ela as regava com uma delicadeza que não sabia possuir. Não era só água — era gesto. Era cuidado. Cuidava como quem espera, em silêncio, que alguma coisa boa aconteça.

Ao seu lado, sentada na beira da sombra projetada pelo galpão, Rose brincava com as mãos sujas de
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