Portas que Nunca se abrem.

Melody esperou com calma que os homens fossem embora, bancar a senhorinha inocente sentada em um canto era fácil.

Apenas depois que os homens saíram, apenas depois que o salão esvaziou, ela caminhou até as escadas, o passinho miúdo de gente idosa.

O caminho até o quarto pareceu mais longo do que de costume. As tábuas rangiam sob os passos lentos e calculados. O cheiro de madeira aquecida, misturado com o perfume abafado de poeira, gordura de cozinha e sabão barato, preenchia o ar. Cada degrau da escada parecia puxar Melody para trás, como se o próprio prédio quisesse segurá-la ali embaixo, impedir que ela cruzasse aquela porta levando consigo tudo o que havia ouvido.

E não era pouco. Aquelas palavras. Aquelas malditas palavras. "...jogar no poço..." pareciam ter grudado na sola do sapato, no tecido do xale, no próprio couro do corpo. Subiam com ela. Pesavam mais que qualquer outra coisa. Mais que o disfarce, mais que o calor, mais que a cola que ainda repuxava sua pele.

Quando a chave
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