A cozinha tinha cheiro de açúcar e lenha.
Melody permaneceu parada perto da porta, sentindo o calor vindo do fogão e tentando decidir para onde ir. Duncan ainda estava à mesa, mastigando as últimas garfadas de torta com a tranquilidade impassível de quem já tinha visto o pior da vida — e sabia reconhecer quando as coisas estavam quietas demais.
Ela hesitou, sem saber se deveria se anunciar, se afastar ou fingir que ele não existia.
Mas Duncan terminou primeiro.
Enfiou o último pedaço na boca, mastigou devagar. Pegou o chapéu pendurado no encosto da cadeira, colocou na cabeça com um gesto automático e, ao passar por ela, murmurou:
— Senhorita.
Foi só isso. E saiu.
Ida surgiu de repente com um pano de prato nos ombros e a cara de quem não pretendia fazer perguntas.
— Pegue a cesta. Leve a menina e vá buscar os ovos.
A instrução foi seca, objetiva. Melody acenou com a cabeça. A cesta estava encostada ao batente. Quando se abaixou para pegá-la, ouviu um som baixo e ritmado vindo do chão d