Não é um pedido... é uma proposta
O silêncio que se instalou depois daquela pergunta não era o tipo de silêncio que pede resposta. Era o tipo que suga o ar do quarto. Faz o chão sumir. Faz até o tempo dar um passo pra trás, como se nem ele quisesse se meter naquilo.
Melody ficou imóvel. Dura. As mãos ainda segurando a camisa dele — ou talvez fosse a própria vida que segurava. Os olhos arregalados, a boca aberta, meio tentando puxar ar, meio tentando dizer alguma coisa, qualquer coisa, que não parecia ter nome nem som. O corpo inteiro parecia ter esquecido como se fazia pra funcionar.
E Duncan... Duncan não recuou nem um milímetro. Continuava ali, firme, com aquele corpo grande, sólido, parado na frente dela como se fosse uma parede feita de músculo, poeira, pólvora e teimosia. A mão descansando no cinto, o chapéu levemente inclinado pra frente, projetando sombra sobre os olhos. Mas a boca... a boca não tinha sombra. E naquele instante, tremia — só um pouco, mas tremia.
Ele soltou o ar, devagar, como quem tava segurand