O clima havia virado durante a madrugada.
Antes de se deitar, Melody havia encontrado um cobertor de algodão grosso cuidadosamente dobrado no carroção — um presente silencioso de Ida, pensado para o conforto dela naquelas noites duras.
A lã áspera dos vaqueiros ficara para os homens; para a moça, havia algodão: mais leve, mais quente contra a pele cansada.
Dormira encolhida sob o cobertor, abraçada a si mesma, enquanto Bill dormia sob o veículo, abrigado apenas pela madeira e pelo próprio corpo endurecido pelo tempo.
O vento soprava cortante, trazendo o cheiro de mato gelado e de terra molhada. O fogo da fogueira havia minguado até virar um círculo pálido de brasas, lançando mais sombras do que luz.
Meio acordada, meio adormecida, ela ouviu passos pesados e o ranger baixo da carroceria. Depois, a voz rouca de Bill, ainda embargada pelo frio:
— Durma mais um pouco, senhorita... — resmungou do lado de fora. — Posso perfeitamente fazer um punhado de café sem a sua ajuda... Está um frio d