Belmonte

Belmonte surgia no horizonte coberta por uma névoa de poeira, vozes e promessas de dinheiro. As ruas estavam mais vivas do que nunca — homens de chapéu largo, cavalos agitados, feiras improvisadas nas calçadas. O leilão de gado havia atraído meio mundo, e a cidade se retorcia em sua própria superlotação. De longe, os telhados pareciam encolher sob o peso da multidão.

Os cercados do gado estavam demarcados com os nomes dos donos ou da propriedade, e Duncan, do alto da sela, escaneava o caos com olhos treinados. Mandou Cal na frente, montado no ruão, para descobrir onde deveriam estacionar o lote. Era preciso deixar os animais em local visível para os compradores, mas longe o bastante para não se misturar com as bestas dos outros criadores — ladrão de gado era tão comum quanto bêbado em festa.

Ao voltar-se para o carroção, seus olhos encontraram Melody sentada à boleia. O sol já castigava a pele, mas ela não se queixava. O rosto estava sujo de estrada, os cabelos mais bagunçados do que
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