Melody tentou se afastar da margem do lago em silêncio, os passos leves na terra úmida, o coração ainda pesado com as imagens do dia. Queria apenas voltar para o acampamento, misturar-se às sombras, desaparecer um pouco da própria mente.
Mas não deu tempo.
Duncan a viu.
O cavalo estava amarrado a poucos metros. Ele havia acabado de lavar o rosto, os cabelos ainda pingando, quando ergueu os olhos e encontrou a silhueta dela tentando escapar pela borda do mato.
A primeira coisa que lhe passou pela cabeça foi a segurança dela.
A segunda... foi a raiva. Uma raiva cega, imediata, irracional, atiçada pela exaustão, pelo medo camuflado e por algo mais perigoso que ele ainda não queria nomear.
Endireitou o corpo, pegou a camisa jogada sobre a pedra e a vestiu, e falou com voz firme, alta o suficiente para cortá-la no meio do passo:
— Srta. Thorne, eu já avisei para não andar sozinha. Seu discernimento foi reduzido pelo sol ao de uma galinha?
A frase cortou o ar como um chicote.
Melody parou n