Dias depois...
Já fazia alguns dias que minha mãe tinha chegado. Desde então, as coisas estavam um caos. Ela fazia perguntas demais, observava demais, e eu sentia que a qualquer momento tudo que eu tentava esconder poderia desmoronar. Eu estava em frente ao espelho, tentando manter alguma aparência de normalidade. O vestido era simples, leve, de alça fina e caimento justo. Nada demais. Pelo menos, era o que eu achava.
Até a porta abrir.
Meu corpo enrijeceu na hora. O reflexo no espelho me entregou antes mesmo de eu virar. Playboy entrou com aquele andar calmo demais para alguém que estava prestes a explodir. O olhar dele era denso, carregado de uma raiva silenciosa.
— Vai sair assim? — A voz dele cortou o silêncio do quarto, dura, como uma faca cravando no osso.
Suspirei, tentando manter a calma. Peguei minha bolsa sem olhar para ele.
— Vou na feira com a minha mãe. Ela quer comprar umas coisas para fazer o almoço.
Ele soltou um riso seco, amargo.
— E precisa se exibir desse j