Entrei em casa e fui recebida por um silêncio incômodo. Aquele tipo de silêncio que pesa nos ombros e avisa, sem dizer nada, tem algo errado. Playboy não estava. E por mais que isso fosse quase rotina, dessa vez... parecia diferente. Era um sumiço. Frio. Seco. Premeditado.
Mas antes mesmo de conseguir relaxar, a tela do celular acendeu no canto da estante. O nome me acertou como uma bofetada: MÃE.
Merda.
Meu coração disparou. Um aperto no peito, uma mistura de culpa, medo e irritação. Respirei fundo, engoli a saliva e atendi.
— Oi, mãe.
— Isabela! Minha filha, quanto tempo! Você esqueceu que tem mãe, foi? — A voz era doce, doce demais. Mas o veneno vinha misturado. Cada palavra dela vinha coberta de mel e cheia de lâmina.
— Estou na correria, mãe. — respondi, seca.
— É, né? Sempre ocupada. Mas enfim, tô ligando para avisar que estou indo pro Rio! Vou visitar você e sua tia. Estou morrendo de saudades! — A risadinha dela me deu náuseas.
Fiquei muda por alguns segundos. Aquilo n