— Senhor Mar — chamei, segurando a mão dele antes mesmo de abrirmos a porta. Foi estranho. Brusco. Mas assim que meus dedos encostaram nos dele, um arrepio percorreu meu corpo inteiro, me deixando com o coração na boca. Tive que engolir em seco.
— Minha avó pode ser um pouco… ranzinza — tentei explicar, atrapalhada. — E ela não tem medo de ninguém. Não que o senhor meta medo, é claro…
Minhas palavras tropeçavam umas nas outras, os pensamentos completamente desorganizados. Eu precisava avisá-lo, mas nem sabia por onde começar.
— A minha avó… ela é uma mulher muito boa, sabe? Ela protege os netos como uma leoa. Mas, do mesmo jeito que protege, ela ataca. Mesmo o senhor sendo meu chefe, ela não vai relevar nada. Vai questionar tudo.
Eu respirei fundo, tentando me organizar.
— Além disso… o senhor é um homem solteiro. E eu também. Ela vai implicar. Não que ela ache que aconteceu algo entre nós… é só que…
— Daphne? — ele me interrompeu. Meu nome saiu da boca dele com uma leveza impressiona