A tarde com Omar até que tinha sido boa. Mesmo assim, eu não conseguia tirar da cabeça a conversa que tive com o avô dele — e isso acabou estragando tudo. Porque, embora fosse sempre bom estar ao lado dele, eu estava guardando um segredo. Mais um, como se já não bastassem os que eu já tinha.
Ele estava deitado no meu colo, e eu passava os dedos pelos seus cabelos escuros, sentindo o ritmo tranquilo da respiração dele. Omar parecia relaxado, mas eu sabia que estava prestes a bagunçar aquela calma.
— Preciso te dizer uma coisa — murmurei, ainda alisando o cabelo dele. — Mas não quero que fique chateado.
Instantaneamente, ele se sentou, apoiando as mãos no sofá. Olhou pra mim com aquela expressão estranha, como se eu estivesse prestes a dizer a coisa mais absurda que já ouvira.
— O que foi? — perguntou, confuso, curioso... e com um toque de rispidez. Ele parecia pressentir que não viria coisa boa.
— Antes de eu falar, promete que não vai se irritar? — pedi, hesitante.
— Fala logo, Daphne