Mariana
O caminho para casa foi silencioso. Maria Júlia estava destruída. Eu dirigia com os dedos apertando o volante, meu coração cheio de raiva. Como aquele desgraçado teve coragem de fazer isso com minha irmã? Como Juliana, a melhor amiga dela, conseguiu trair assim?
Quando estacionei em frente à minha casa, olhei para o lado e vi Maria Júlia com o rosto molhado de lágrimas, os olhos vazios.
— Vamos entrar, Maju — falei suavemente, tentando não transparecer toda a raiva que fervia dentro de mim.
Ela assentiu sem dizer nada.
Mal conseguia se mexer com a cadeira de rodas, e isso me destruiu por dentro. Ajudei-a a subir o pequeno degrau da entrada, empurrando a cadeira para dentro de casa.
— Você precisa tomar um banho. Vai se sentir melhor.
Ela não respondeu, apenas me olhou como se não tivesse forças nem para conte