Na sala de Franco Henrique olhou para seu pai que o olhou cruzando os braços esperando explicações.
— Sei o que quer saber, mas ainda não vou te contar.
— Não vai contar? Pensa que essa merda toda é brincadeira Henrique? Pegou quem invadiu pelo menos?
— Sim, todos mortos e as cargas intactas.
— Olha, não sei o que se passa na sua cabeça, mas se houver mais algum ataque eu quero você fora Henrique, eu vou colocar seu irmão no seu lugar.
— Pai, apenas confia em mim. Pode fazer isso?
Henrique sabia que seu irmão não tinha estomago para as coisas que eles faziam, apesar de ter sido treinado também, ele odiava trabalhar para a máfia e Henrique sempre achou que ele não levava jeito.
— Confiar? Henrique desde que te comecei a te deixar a frente das coisas tivemos dois ataques e um contêiner roubado. Tem noção do quanto isso nos custa? E quanto custa para mim? Estou sendo bombardeado por todas as partes.
— Claro que tenho, não sou idiota.
— Então não aja como um. E Lena? Aqui na empresa? Não quero ela aqui novamente, sabe que é arriscado. Ponha ela em seu lugar. Está sendo muito mole com ela. Você precisa ter pulso e não ser a cadelinha dela.
— Pai, não é bem assim e ela estava preocupada.
— Que ela se preocupe em um clube nosso como as outras. — Franco o responde quase gritando.
— Ok, mais alguma coisa?
— Sim, estou indo para a California, volto em uma semana. Espero não encontrar tudo uma zona.
Felippo apenas olhava com as mãos no bolso quieto, desta vez não fez piadas e não ousou sentar.
— Não entendo por que ainda mantem aquela lanchonete.
— Você sabe muito bem porquê.
— Joel não aguenta nem com ele, vende aquilo e dá uma grana pra ele se sustentar.
— Não se meta nisso Henrique. Vou manter ela e quando eu morrer você fará o mesmo. — Henrique bufa e sai da sala de seu pai seguido por Felippo.
— Alice, cancela os meus compromissos de hoje.
Alice: Sim senhor.
Henrique entra em sua sala e Felippo se senta na cadeira de frente para Alice, que quando percebe que ele a olha b**e a mão em seu copo de água o derrubando e molhando Felippo.
— Aaaah, Felippo me perdoe, como sou desastrada.
Felippo se levanta olhando sua roupa molhada e quando percebe Alice está abaixada em sua frente o secando com um lenço por cima de sua calça, imediatamente ele se afasta sentindo seu membro reagir ao toque dela.
— Tá louca Alice?
Alice olha sem graça e suas bochechas queimam em brasa enquanto olha Felippo.
— Eu só queria te secar.
Felippo se aproxima segurando o braço de Alice, ele a encosta na mesa colando seu corpo no dela e quando ia beijá-la Franco sai de sua sala, fazendo Felippo rapidamente se afastar disfarçando e mexendo em seu celular. Alice com o lenço enxuga sua mesa e eles veem Franco entrar no elevador.
Ao entrar em sua sala, Henrique vê Lena se levantando e a olha dos pés à cabeça.
— Lena, não tinha roupa menor não? — Fala irritado pela bronca do pai e por reparar na roupa curta que Lena vestia.
Ela se aproxima pousando as mãos em seu peitoral e o olhando, na intenção de seduzi-lo.
— Gostou? É para você.
— Isso não é roupa para vir para cá. — Ele se afasta.
— Aposto que seu pai falou algo.
Ela diz se sentado sobre a mesa com as pernas abertas a fim de provocar Henrique que ainda estava com uma expressão séria.
— Mas aposto que você gostou do vestido não?
Henrique ainda sério se aproxima de Lena e a tira de cima da mesa, a vendo fazer biquinho mostrando estar chateada.
— Lena, vamos para casa.
— Nossa Henrique, porque está agindo assim?
— Porquê eu te pedi três coisas e uma delas você já não está cumprindo. — Ele fala exaltando sua voz.
Lena revira os olhos e Henrique vai até sua mesa pegando as pastas que Alice lhe entregou quando chegou, pega a mão de Lena e sai vendo Alice limpar a mesa e Felippo a olhar.
— Alice estou levando as pastas, se precisar de algo avise ao Felippo. Vamos Felippo.
— Sim senhor.
Alice olha os três no elevador e Felippo que entrou por último ficando na frente piscou para ela antes da porta fechar. Ele amava a deixar sem graça e flertar com ela, mas ele jamais havia ficado com ela, pois ele a respeitava, sabia que ela não era qualquer uma.
Ao chegar na mansão, Felippo foi para a cozinha perturbar Nana e Henrique subiu com Lena para o quarto.
— Henrique, desculpa, eu só estava preocupada, sabia que os seguranças não iam falar nada e sabia que vocês atenderiam a Alice.
— Não quero você na empresa novamente.
Henrique ainda estava irritado. Sabia que Erik havia coordenado o ataque no galpão, mas ainda não tinha provas para acusá-lo. Estava de cabeça cheia e ainda Lena aparecer na empresa quando ele havia a pedido para jamais aparecer lá, o fazendo ouvir seu pai bravo com ele por isso, era demais.
Ele respirou fundo enquanto tirava seu terno sujo e rasgado e entrou no banheiro trancando a porta, não queria brigar com Lena, precisava se acalmar.
Lena olhou frustrada, pegou sua bolsa e saiu do quarto indo para o carro. Heitor prontamente abriu a porta para ela e ela entrou.
— Heitor vá para o clube. — Heitor assentiu e saíram, juntamente com os seguranças.
Quando Henrique saiu do banho não viu Lena, se vestiu rapidamente e desceu para a cozinha encontrando Felippo rindo e Nana gritando com as cócegas que ganhava.
— O que ele está aprontando agora Nana?
— Henrique pelo amor tira ele daqui. Está me distraindo, quase queimei a comida.
Henrique riu e olhou para Felippo balançando a cabeça em negativa.
— Nana sabe da Lena?
— Não Henrique, ela não estava com o senhor?
— Vem Felippo, precisamos resolver umas coisas. Lena deve ter saído.
Felippo o acompanhou até o escritório e fechou a porta ao passar, percebia que o humor de seu amigo não era dos melhores.
Henrique estava frustrado, pois ainda não havia conseguido as provas contra Erik e Lena estava se comportando como uma menina mimada ao invés de agir como a mulher do futuro Dom.
— Acho que sei como pegar Erik.
— Ótimo, o que faremos? — Pergunta Felippo animado.
— Você vai providenciar um container com lixo, e vamos deixar ele saber de uma transferência do container de um galpão para outro, ele precisa achar que a carga é de drogas, assim como a primeira que ele roubou. Pegaremos ele aí. Consegue preparar tudo para daqui uma semana?
— Consigo tudo para dois dias.
— Não. Quero que meu pai esteja aqui e não quero erros entendeu?
— Claro, pode confiar.
Henrique pega as pastas na mesa e revisa os documentos com atenção. Felippo se afasta sentando no sofá já ligando para seus contatos marcando encontros pois jamais falavam sobre essas coisas ao telefone.
Após uma hora e meia, Henrique ouviu um ronco e quando olhou para o sofá Felippo dormia, Henrique pegou uma caneta e jogou em Felippo acertando em sua cabeça e o acordando assustado.
— Não tem mais o que fazer?
— Na verdade até tenho. — Respondeu se espreguiçando.
Felippo se levantou e Henrique estendeu as pastas para ele.
— Leve isso para Alice e tire o resto do dia. Não dormimos nada e deve estar cansado.
— Ótimo. — Felippo sai e Henrique liga para Lena.
— Oi, meu rei.
— Oi Lena, aonde está?
— No clube.
— Vai demorar aí?
— Vou, estou muito bem aqui. — Ela responde o provocando. — Aliás daqui vou dançar com Sofia na boate.
— Lena, não me testa.
— Te testar? Você pediu isso.
Ela desliga e Henrique xinga, saindo apressado para o carro e pede para Paulo o levar ao clube.
Quando chega, Henrique vê Lena com Sofia e mais dois rapazes, os quatro riam e um deles olhava Lena como se fosse a comer ali mesmo.
Ele se aproxima e quando os homens percebem que era Henrique ali parado atrás de Lena eles pedem licença e saem. Lena sem entender nada olha para Sofia que olhava Henrique com os olhos arregalados, temendo a briga iminente.
— Lena.
Lena pisca para Sofia antes de se virar para Henrique. Sofia sabia que Lena havia provocado Henrique e sabia que ele apareceria por lá. Após olha-lo brevemente, Lena se levanta o encarando.
— Oi Henrique. — Ela ainda estava fula da vida pela forma que ele falou com ela mais cedo.
— Sofia, me deixe sozinho com Lena.
— Tchau pra vocês. Sofia pega sua bolsa pendurada na cadeira e saí, os deixando a sós.
Lena vê Sofia saindo e encara Henrique que senta e faz sinal para sua esposa sentar.
— Porque me provoca desse jeito?
— Eu? — Lena ri jogando com Henrique. — Só vim curtir o clube do meu marido. Ainda é sócio deste clube não?
— Sou, mas sabe do que estou falando. Está querendo me testar Lena? — Henrique fala furioso, mas sabe disfarçar bem, não deixando as pessoas no clube notar o conflito entre eles.
Lena sorri mordendo a boca, também disfarçando e apoiando o braço sobre a mesa, tocando a mão de seu marido que repousava ali.
— De forma alguma, meu querido marido. — Ela o olha de forma seduzente e sorri, suspirando em seguida. — Acho que cansei, quero ir para casa.
— Não, vai me esperar. Preciso falar com Jerome.
— Vou com você.
Ela se levanta, pegando sua bolsa de mão e Henrique sai com Lena para a sala do sócio Jerome, que era um dos Capôs da família.
— Espera aqui Rainha. — Pede a Lena que não gosta muito, mas sabe que não é hora de contraria-lo.
Lena senta no sofá, olhando para a secretária de Jerome que secava Henrique sem disfarçar, ela pega o telefone anunciando que Henrique estava ali e desliga olhando o belo homem alto a sua frente.
— Sr. Marichelli pode entrar, Jerome o aguarda. — Ela diz se inclinando a modo que o decote salte na direção de Henrique, que nem sequer nota.
Assim que Henrique entra na sala de Jerome, Lena e levanta e anda lentamente até a mesa da secretária, fazendo barulho com os saltos pelo piso de madeira. Ela para na frente da mesa da secretária e pega a caneta que estava sobre a mesa, a forçando na mão da secretária que gemeu de dor a olhando assustada.
— Olha de novo pro MEU marido desse jeito e perfuro sua mão com essa caneta, talvez eu perfure os seus olhos também.
Lena tira a caneta a pousando sobre os papeis na mesa e volta sem pressa para o sofá sentando e cruzando as pernas, fingindo que nada havia acontecido.
Marina olhava Lena e esfregava sua mão, assustada com tudo que aconteceu.
Minutos depois, Lena entediada acende um cigarro e Marina vendo a repreendeu, a fim de se vingar pelo machucado na mão.
— Não pode fumar aqui dentro senhora.
— Não vi nenhuma placa. — Ela diz, soltando a fumaça do cigarro. — Esse clube é do meu marido e acho que ele não vai reclamar.
Marina a olha indignada e Lena continua fumando despreocupada, olhando com desprezo para a secretária.
Vinte minutos depois Henrique sai da sala com Jerome e Lena se levanta encarando Marina que sequer ergueu os olhos de sua mesa.
— Oi Jerome, como vai? — Lena estendeu a mão para Jerome que pegou e beijou em forma de cumprimento.
— Cada dia mais linda Lena, com todo respeito Henrique.
— Obrigada Jerome, sempre cavalheiro, como vai Gabriele?
— Ótima, o bebê nasce ainda esse mês.
— Que ótimo, diga que mandei lembranças.
— Pode deixar.
— Bom, vamos indo. Até mais Jerome. — Henrique se despede e leva sua mão nas costas de sua esposa, a guiando para o carro.
Henrique sai com Lena e juntos vão para casa, desta vez, Henrique vai dirigindo e Lena ao seu lado, seu motorista e seguranças vão no carro de Lena logo atrás.
— Está mais calmo?
— Um pouco, acho que preciso dormir.
— Só dormir? — Ela fala alisando a coxa de seu marido que sorri a olhando, sentindo-a subir a mão até seu pênis, o apertando sobre a calça social.
— Não, definitivamente não.