Elana ficou paralisada na soleira da porta, o vento gelado trazendo flocos de neve que derretiam ao tocar o chão de madeira da cabana.
— Gabriel... — começou, a voz tremendo, quase engolida pelo vento. — Como você... Por que você está aqui?
Ele passou a mão pelos cabelos cobertos de neve, um gesto que ela reconhecia dos tempos de escola, quando ele ficava nervoso.
— Eu precisava te encontrar, Elana. — disse, o tom firme, mas com uma vulnerabilidade que a desarmou. — Não podia deixar as coisas como ficaram. Não depois... daquela noite. — Ele hesitou, os olhos buscando os dela, como se temesse que ela fechasse a porta.
Elana sentiu o peito apertar, a memória do beijo — tudo o que sonhara na adolescência e mais — colidindo com a culpa por Giana.
— Você não devia estar aqui. — murmurou, mas a frase soou mais fraca do que pretendia, quase uma súplica. — Você é casado, Gabriel. O que aconteceu foi um erro.
Gabriel deu um passo à frente, ainda na varanda, o vento jogando neve contra